terça-feira, janeiro 24, 2012

Patrick Rothfuss, O Nome do Vento

Início da Leitura 11 de Janeiro & Final da Leitura 23 de Janeiro
966 páginas


"Chamo-me Kvothe. Resgatei princesas dos túmulos de reis adormecidos, incendiei Trebon: Passei a noite com Felurian e parti com a sanidade e com a vida. Fui expulso da Universidade na idade em que a maioria dos alunos é admitida. Percorri caminhos ao luar que outros receiam nomear durante o dia. Conversei com deuses, amei mulheres e compus canções que fazem chorar os trovadores. É possível que me conheçam."
Assim se inicia uma história sem igual na literatura fantástica, a história de um herói contada pela sua própria voz. É uma história de mágoa, uma história de sobrevivência, a história de um homem que busca o sentido do seu universo e de como essa busca e a vontade indomável que a motivou, fizeram nascer uma lenda.



Opinião Geral: Tinha altas expectativas para esta leitura porque foram muitos os comentários positivos que a rodearam desde que foi editada no nosso cantinho lusitano. Para mim foi uma obra de altos e baixos o que acaba por não ser uma crítica pois raro é o livro que não o é. O que guardei em mente para expor por aqui foi que este autor é conhecido por este ser o seu primeiro trabalho e que o iniciou porque queria escrever a história perfeita para si. E o que acabou por me chegar às mãos foi uma imaginação incomum mas muito cativante numa história e personagem principal que soa muito a outros tantos que já li. Kvothe é uma criança de intelecto excepcional que fica órfão e toma para si a tarefa de descobrir mais sobre os assassinos dos seus pais e ao longo dessa busca acaba por tropeçar nas mais variadas situações que o tornarão um herói de lendas. Por aqui se percebe o porquê da contra-capa "aconselhar" a leitura aos fãs de Harry Potter mas sinceramente sendo uma fã da Rowling - principalmente para os mais pequenos que gostam de Harry Potter - não podia discordar mais, a narrativa e espaço de acção continuam a ser muito diferentes. É uma história complexa em que apenas seguimos mais o desenvolvimento de Kvothe, acabando as outras personagens por serem usadas e colocadas na narrativa para ajudar a personagem principal a fazer algo ou a chegar a algo. Entreteve-me mas acabou por não me surpreender porque não consegui superar os clichés literários e a maneira como foram desenvolvidos contudo não perco a esperança de que o segundo volume vai ser melhor.

Momento Preferido: Talvez os mais simples... quando Kvothe encontra tempo para praticar o seu alaúde na companhia de Auri, quando ganha as flautas de prata no concurso da taberna e quando conhece Skoivan Schiemmelpfenneg, aquelas linhas escritas com sotaque foram muito divertidas de ler. Os interlúdios também considerei bastante interessantes, não estando assim a dizer que os outros momentos na narrativa não tenham sido também empolgantes e até dramáticos (como a parte da sua infância como mendigo).

Melhor Personagem: Tenho que dizer Kvothe, pois é a única desenvolvida o suficiente para conseguir ter uma opinião justa sobre ele. Contudo se o pudesse conhecer aconselhava-o com algo do género: "oh homem tem lá calma! não precisas de fazer tudo! tipo descobrir o sentido do universo, enquanto dominas obras complexas de alaúde, apoiaste só num pé e estás mergulhado num aquário cheio de tubarões!". Pronto, pronto eu não gostei muito do facto de ele com 8 e 12 anos já ser um prodígio em crescimento, todas as crianças são curiosas e ávidas de conhecimento quando pequenas mas Kvothe se clinicamente analisado ou possui mesmo um QI muito acima da média ou roça a definição de aberração. 

Pior Personagem: Não gostei de Denna. Está lá para Kvothe se apaixonar e Rothfuss escrever frases bonitas. Não é ter uma faca na saia que a faz uma "mulher de armas", não é desaparecer e aparecer sem nunca dar satisfações que faz dela uma mulher misteriosa. Enfim acho que embirrei um bocado com ela, apesar de gostar quando dá umas respostas tortas a Kvothe para ele se calar um bocado. 
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O Nome do Vento da Colecção Mil e Um Mundos tem como título original The Name of the Wind é da autoria de Patrick Rothfuss e em Portugal é traduzido por Renato Carreira e publicado pela Gailivro.

1 comentário:

  1. Passei-te o prémio Liebster Blog Award, passa por lá para dares um check e passá-lo a outras pessoas. O teu blog está a ficar fantástico L. <3


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